Bullying Feminino... Quando as mulheres são as nossas maiores inimigas II

By Sandra Matias - abril 07, 2018

Bom dia Thirties
Eis a segunda e ultima parto do artigo Bulliyng Feminino.
Como referi na primeira parte, este post não é da minha autoria, este artigo foi escrito por Catarina Fonseca.
Mas é um post muito interessante, pois quando se fala em bullying só se pensa no bullying infantil, adolescente, mas... existem muito bullying na idade adulta e acreditem causa muitos mas muitos danos emocionais.
Preparadas?

"Critica VS Abuso

O anonimato da net torna os insultos e perseguições (em rede) muito mais intensos. Temos de ter a noção que o cyber bulliyng é uma forma de violência emocional, nota a psicóloga Cláudia Morais, autora do livro como O Amor e o Facebook.
E o padrão tem sempre a ver com a insegurança. com a sensação de não ter recursos para dar forma às suas dificuldades, um mecanismo nem sempre consciente e maquiavélico.
Ou seja: Há mulheres que estão em busca de uma gratificação imediata que resulta de oprimir outras mulheres.
A pessoa faz isto para se sentir melhor consigo mesma, mas essa gratificação não dura, é como um shot de cafeína quando se bebe um café, e não vai resolver a insegurança. Pelo contrário: quanto mais energia se investe nos maus tratos a outras mulheres, menor a probabilidade de mudar de facto aquilo que é preciso mudar em relação a si mesma, portanto a opressão funciona como uma distracção.
Isto a um leigo parece estranho, mas é um mecanismo bem estudado em psicologia: É um padrão que pode mesmo tornar-se viciante, porque a agressora precisa cada vez mais exercícios deste tipo para obter gratificação, Muitas vezes, são pessoas que se sentem elas próprias abusadas e que são incapazes de enfrentar as suas lutas.
Não confundamos as coisas: O mal não é a critica, porque toda a gente tem o direito de discordar e criticar, e é saudável ter a coragem de o fazer.
O que devemos condenar é o olhar de desprezo, de cima para baixo, de quem visa acima de tudo destruir e humilhar o outro. Isto não é critica É ABUSO.
A diferença é enorme, por exemplo, se alguém me perguntar as horas aos gritos, isto é um abuso...

Não é inato nem biológico

O Facto de as mulheres se criticarem pode parecer surpreendente, mas se pensarmos bem sobre como funcionam as relações de poder em sociedades com desigualdades, rapidamente chegamos à conclusão de que não é tão estranho assim, explica a socióloga Maria do MAr Pereira, Professora Associada de Sociologia e Vice-Presidente do Centro de Estudos sobre as Mulheres e Género da Universidade de Warwick.
A sociedade portuguesa ainda ~e machista, e as mulheres têm, em muitas ofertas sociais, menos oportunidades do que os homens. Não espanta que muitas se relacionem entre si de forma pouco solidária, competitiva e até agressiva.
E não, a culpa não é do homem das cavernas nem da genética: Este comportamento não é natural, biológico ou inevitável, é o resultado da desigualdade do género. As mulheres não têm estes comportamentos de forma inata, aprendem-nos nas famílias, na escola, nas telenovelas, no local de trabalho.
A investigação demonstra que em contexto onde os homens menos têm poder, eles assumem comportamentos competitivos e intriguistas que associamos às mulheres.
E há muita investigação, incluindo a sua própria pesquisa com jovens em Portugal, que demonstra também os rapazes e homens deste tipo de comportamento no nosso país.
Só que nós não reparamos tão facilmente porque não o associamos aos homens, e porque esse comportamento raramente é representado nem novelas e filmes, etc, apesar de acontecer diariamente.

Infantilizamos os homens

Importa não esquecer que os homens não têm o monopólio do sexismo.
Todas as pessoas que nascem numa sociedade sexista internalizam esse sexismo, incluindo as próprias mulheres, explica Maria do Mar Pereira, Isto significa que também elas tendem a ter menos respeito pelas mulheres do que pelos homens, a julgar as mulheres mais negativas do que os homens, etc, Em muitas situações, elas podem sentir necessidade de criticar publicamente outras mulheres precisamente para se tentarem distanciar do estigma e estereótipos associados às mulheres e para demonstrarem que não são mulheres como as outras - por exemplo (as outras mulheres são gordas e galdérias mas eu não)
Voltamos ao sítio onde começamos, a P#%& do bairro, lembram-se? Quando alguém traí, as mulheres penalizam... a mulher, e não o homem.
Por um lado, é mais fácil criticar uma mulher desconhecida do que um homem que nos é próximo - podemos assim continuar a acreditar que ele gostava realmente de nós mas que foi manipulado, coitado, pela sedução dela, descodifica a socióloga.
Por outro lado esta desresponsabilidade do homem ajuda as mulheres a lidar com uma sociedade sexista.
Os homens podem ter mais poder, estatuto e oportunidade, mas, diz a voz popular, não sabem controlar a sua sexualidade, são facilmente tentados, não sabem o que fazem, e portanto são as mulheres que têm de (ter mão neles)-
Este discurso, que infantiliza os homens, retrata as mulheres como mais maduras e racionais e permite-lhes sentir algum poder e orgulho numa sociedade que as menoriza, e beneficia os homens, já que lhes permite ter comportamentos sexuais problemáticos, como o assédio denunciado no movimento #metoo.
Como lidar com isto: desactivar as abusadoras, perceber os mecanismos por trás de tudo e fazer com que, no dia a dia, nos tornemos cada vez mais apoiantes das nossas (irmãs), em vez de sustentadoras de comportamentos que nunca nos ajudaram a ser melhores.

Thirites talvez eu vá desenvolver mais sobre o Bulliyng, pois cada vez existe mais e só tende a piorar.
Marca a tua diferença, diz não ao Bulliyng.

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